Adiamento imediato do ENEM! Vacinação já!
Adiamento imediato do ENEM! Vacinação
já!!!
Por Chico, do Rebeldia Campinas e Região (13/01/21)
Em meio à piora da crise sanitária é urgente o adiamento do
ENEM!
Num
cenário de mais de 200 mil mortes no país, sendo mais de 1.500 delas na nossa
cidade, o desgoverno de Bolsonaro se recusa a adiar novamente o Exame Nacional
do Ensino Médio (ENEM). Previsto para o fim do ano passado, o exame foi
postergado por conta da crise sanitária e pelo fato de os estudantes
praticamente não terem pisado nas salas de aula este ano. O governo reagendou a
prova para os próximos dois domingos (17 e 24 de janeiro).
O
principal motivo para o adiamento era evitar que 5,8 milhões de estudantes de
todo o país arriscassem suas vidas se aglomerando no transporte público e nos
locais de prova em um momento em que a pandemia estava totalmente fora de
controle. Pois bem: hoje, assim como no ano passado, a pandemia segue
totalmente fora de controle, com os governos federal, estaduais e municipais se
recusando a estabelecer uma quarentena segura, com emprego e renda para os
trabalhadores e a juventude até a vacinação em massa da população.
Não há
como negar: a pandemia PIOROU ao invés de melhorar! O número de internados por
Covid-19 no estado de São Paulo é o maior desde o dia 2 de agosto de 2020
(13.490 pacientes) e a média móvel de mortes está acima de 200 por dia há cinco
dias. Na cidade de São Paulo a ocupação de leitos em diversos hospitais da rede
pública está acima de 90% (dados coletados no dia 13/01)1.
Em
Campinas o quadro também é bastante preocupante: nesta terça (12/01) a cidade
apresentou o maior número de pacientes graves internados desde o dia 15 de
setembro. Mais de 85% dos leitos de UTI da rede pública estão ocupados. O
Hospital de Clínicas da Unicamp está com 100% dos leitos de UTI destinados para
pacientes com Covid-19 ocupados2.
Bolsonaro, Doria e Dário são responsáveis pela piora da
pandemia!
Apesar do
marketing do nosso governador em relação ao combate à pandemia, a vacina e as
farpas trocadas com Bolsonaro, ambos seguem se negando a fechar serviços não
essenciais e a garantir uma quarentena digna, com emprego e renda para os
trabalhadores e a juventude. Cedem à pressão do empresariado para manter o
comércio aberto mesmo com a piora da crise sanitária e colocam a vida da
população em perigo.
Assim como
Bolsonaro com o ENEM, Doria se recusou a adiar os vestibulares das
universidades paulistas e tenta forçar goela abaixo dos professores, alunos e
comunidade escolar a volta às aulas presenciais na rede estadual. A prefeitura
segue pelo mesmo caminho: quer que as aulas presenciais retornem na rede
pública já no mês de fevereiro e se recusa a fechar os serviços não essenciais.
Vestibulares paulistas mostram o que ocorrerá se o ENEM não
for adiado: aumento massivo das abstenções e aglomerações nos locais de prova
O total de
abstenções na primeira fase da COMVEST (Vestibular da Unicamp), realizada nos dias
6 e 7 de janeiro, foi de 13,8%, um aumento de mais de 66% em relação às
abstenções do exame anterior (8,27%). No primeiro dia do exame (cursos de Ciências Humanas/Artes e de
Exatas/Tecnológicas) as abstenções superaram 15,5% dos candidatos.
Dentre os candidatos que realizaram o exame na cidade de Belo Horizonte (MG) a
abstenção chegou a quase 22%, e na cidade de Campinas chegou a praticamente 20%
dos inscritos3.
Na
primeira fase da FUVEST (Vestibular da USP), realizada no dia 10 de janeiro, as
abstenções chegaram a 13,2% dos candidatos (mais de 17.000 estudantes
ausentes), um aumento de 67% em relação à última edição4.
Se só nos vestibulares das universidades paulistas houve um número tão grande
de abstenções, qual será o número de alunos – em todo o Brasil - que optarão
por não realizar o ENEM por conta da pandemia?
É verdade
que ambos os vestibulares reduziram para 40% a quantidade de alunos por sala e
implementarem uma série de medidas de biossegurança. Porém tais medidas não
foram suficientes para evitar aglomerações na entrada dos prédios,
corredores e escadas dos locais de prova. Além disso, não é novidade para
ninguém que a maioria dos jovens da periferia depende de transporte público
para se deslocar até os locais de exame, o que também aumenta as chances de ser
infectado pelo vírus.
#AdiaEnem já! Vacina para todos já! Fora Bolsonaro e Mourão!
Repudiamos
o cinismo do Ministro Pazuello em dizer que a vacina vai chegar “no dia D, na
hora H”. Já passou é do dia e da hora de nos organizarmos para derrubar esse
governo genocida! Fora Bolsonaro, Mourão e Pazuello!
Exigimos
que a prefeitura de Campinas não disponibilize as escolas da rede municipal
para a realização do ENEM (assim como fez a prefeitura de Manaus5)
para pressionar o governo federal a adiar o exame. Também exigimos, com ou sem o
adiamento do exame, que nem uma única vaga nas universidades públicas previstas
para este ano seja cortada! Também repudiamos qualquer realização do exame que
exclua parte dos candidatos, como a aplicação da prova em apenas parte das
cidades brasileiras.
O
vestibular já é, na nossa opinião, um filtro social racista e elitista que
serve para impedir maioria da juventude preta, pobre e periférica de ingressar
na universidade pública - leia aqui sobre nossa opinião em relação ao
filtro social do vestibular.
Manter o
calendário dos vestibulares significa mais aglomerações, mais contágios e mais
mortes! Exigimos o adiamento do ENEM, do VUNESP e demais vestibulares até que a
pandemia seja controlada e que haja vacinação em massa!
LEIA
TAMBÉM:
FONTES:
[4] https://www.fuvest.br/fuvest-2021-concurso-vestibular-fuvest-2021-tem-13-de-abstencoes-na-1a-fase/
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