Greve Sanitária na Educação: Retorno às aulas só com vacina para todos!
Economia capitalista X Vida
humana
Esse
é o dilema que está colocado à sociedade, no primeiro caso, imposto pelos
detentores do poder.
Os
trabalhadores da educação aprovaram a realização de uma greve sanitária a
partir de 08/02/2021. A aprovação de um plano de lutas é uma necessidade para a
defesa da própria vida de trabalhadores, estudantes e suas famílias.
Note!
O poder não se restringe aos ocupantes de cargos públicos nos governos federal,
estaduais, municipais, ou ainda, aos poderes legislativo ou judiciário. O poder,
com menos notoriedade é exercido o tempo todo por aqueles que detêm a
capacidade de impor seus interesses pelos mecanismos de persuasão econômica,
sendo exercido pelo capitalismo nacional e internacional e seus representantes
diretos, governantes nas esferas públicas federal, estadual, municipal e demais
poderes. É essa vontade que tem sido imposta neste momento na discussão que obriga
o retorno às aulas nas escolas públicas e privadas. Portanto, fora Bolsonaro e Mourão!
Os
argumentos para forçar esse interesse têm sido outros, como por exemplo, dizer
que a saúde psicológica das crianças tem sido prejudicada pelo isolamento
social; ou que o retorno às aulas é totalmente seguro e cumpre todas as
cautelas de segurança.
A
Espanha cogitou o retorno às atividades presenciais em setembro de 2020,
conforme anúncio da Ministra da Educação espanhola, Isabel Celaá, que
considerava desnecessário, inclusive, o uso de máscaras ou o distanciamento
físico para os primeiros 4 anos do ensino fundamental, sob o pretexto de que
“...são grupos assimiláveis como famílias ou que mantém convivência”.
Porém,
cálculos realizados por matemáticos da Universidade de Granada (UGR),
contrapõem a ideia de que um pequeno grupo familiar não representa um risco,
conforme segue:
Supondo uma família espanhola média, composta por
dois adultos e 1,5 filhos menores ―dado usado nas operações matemáticas,
assumindo que há 10 alunos com um irmão na sala de aula e outros 10 são filhos
únicos―, no primeiro dia de aula cada aluno será exposto a 74 pessoas. Isso
ocorrerá exclusivamente se não houver contato com alguém fora da sala de aula e
da casa da família.
"No segundo dia", explica Alberto Aragón,
coordenador do projeto, "a interação chegaria a 808 pessoas, considerando
exclusivamente as relações sem distanciamento nem máscara da própria classe e
as das classes de irmãos e irmãs". A projeção em papel excede 15.000 contatos
em três dias.[1]
Alguns
exemplos de experiências de outros países devem ser observados e servir de
referência. No Caso Espanhol, o exemplo deve ser rechaçado.
No
Brasil, o plano de retorno nefasto é reforçado pelo artifício de atrair as
crianças para a escola para se alimentar com a merenda das cozinhas escolares.
Esse
intento vindo das classes dominantes tem como objetivo dinamizar a economia,
especialmente, para favorecer os pequenos empresários que têm maior dificuldade
de arcar com os custos mensais, alugueres, salários, tributos etc. É justamente
essa pequena burguesia que tem feito muito barulho e causado muito embaraço
para a implantação de regras de distanciamento social e restrição de circulação
de pessoas, conforme orientações da OMS, uma vez que a vacinação no Brasil está
bastante atrasada, em razão da própria política negacionista implementada principalmente
pelo governo Bolsonaro.
Todavia,
neste momento, vemos que a política negacionista é corroborada pela imposição
de retorno às aulas. Retorno implementado pela maioria dos governadores e
prefeitos, que defendem ou se rendem às pressões empresariais, que colocam a
vida dos negócios acima da preservação da vida humana e colocam na linha de frente dessa guerra, as crianças das famílias dos trabalhadores e trabalhadoras,
empregados ou não; e que compõem a imensa maioria da sociedade brasileira.
Como
bucha de canhão, são as nossas crianças que são utilizadas agora, para
reaquecer a economia combalida para retomar a normalidade e a prosperidade
prometida pelo governo Bolsonaro e demais governantes. Lembremos: para os
bancos e grandes empresas a economia vai muito bem.
Não
há compromisso com a vida das crianças ou com a vida dos trabalhadores da
educação, ou qualquer outro setor que seja. Como uma meta a ser atingida, há a
conjunção de esforços por parte da maioria dos políticos para que esse retorno
das atividades nas escolas se efetive. O Retorno das aulas presenciais, mesmo
sem a garantia da população vacinada, representa a transposição de uma etapa
para que as demais sejam ultrapassadas e cumpridas, no plano de reabertura da
própria economia capitalista.
A
propaganda capitalista tem se utilizado de muita contrainformação, a exemplo da
companha eleitoral que elegeu Bolsonaro. Por isso os governos têm enfatizado
que a escola é segura, como se a escola fosse cercada por uma aura celestial
que impedisse que o cononavírus e seus variantes penetrassem na unidade
escolar.
Já
na semana que antecedeu o retorno presencial das aulas publicas, por ocasião da
convocação para comparecimento obrigatório para o planejamento escolar, também
do calendário antecipado de aulas para as escolas particulares, vimos a
ocorrência dos primeiros e já numerosos casos confirmados de contração do
coronavírus, com respectivo afastamento de profissionais, alunos e suspensão
das aulas, em alguns casos.
A
propaganda nefasta e de alto risco realizada pelos governos, instituições e
setores interessados na reabertura presencial das escolas, tem sido divulgada
de todas as formas para convencer e atrair a população de que há uma segurança,
que não existe, chegando a propagar que “crianças são assintomáticas”,
induzindo a entender que elas não comportam risco, nem para elas e nem para
aqueles que elas têm contato.
Os
governantes tanto na cidade de São Paulo, quanto no Estado de São Paulo
distorcem os resultados de estudos produzidos pela Universidade de São Paulo,
produzindo conclusões contrárias às evidências desse estudo e que recomenda que
a população permaneça em isolamento social, pelo menos enquanto não for
vacinada.
Esse
estudo da USP, diz que 66% das crianças são assintomáticas, portanto, 34% das
crianças são sintomáticas e correm o risco direto dos efeitos da COVID-19 e
suas variantes. Das 66% das crianças assintomáticas que contraíram o vírus, em
média, 25% tiveram grande perda de anticorpos, o que indicaria que uma
reinfecção traria um potencial de risco bastante elevado para essas crianças.
Por
tudo que é revelado, concluímos que a política que retorno presencial às aulas
nas escolas, não é apenas irresponsável. É uma politica genocida, que é
compartilhada por toda essa classe social que impõe o seu interesse econômico
acima dos valores de preservação da integridade física e da vida humana.
Não
é apenas Bolsonaro que representa esse interesse. No estado de São Paulo, temos
visto o empenho dos secretários da educação com o aval de seus chefes
executivos.
É
hora de acordar.
O PSTU
apoia o Programa e as Campanhas de lutas aprovadas na plenária do Reviravolta
na Educação, em 04/02/2021:
· Aulas presenciais só com vacina e controle da pandemia;
· Construir a Greve Sanitária da Educação;
· Nenhuma ilusão na justiça nem no governo;
· Campanha imediata nas escolas e com carro de som;
· Panfleto do Reviravolta para a comunidade e professores;
· Buscar espaço nas rádios;
· Nova assembleia sexta 12 ou 19/02 (avaliar com demais propostas);
· Fechar imediatamente as escolas com COVID;
· Vacina para todos/também a comunidade escolar (a partir de 16);
· Quebra das patentes das vacinas;
· Auxílio emergencial (inclusive para os professores temporários);
· Proteção às crianças e mulheres em casos de violência doméstica;
· Apoio psicológico aos alunos e professores;
· Internet para todos;
· Volta do auxílio merenda (para Todos os estudantes);
· FORA BOLSONARO E MOURÃO;
· Denúncia de que faltam funcionários nas escolas e as condições de
trabalho;
· Denunciar que Rossieli (secretário estadual da educação de São Paulo)
mente quando diz que escola é segura;
· Vídeos contra o retorno presencial;
· Denuncia dos casos de contaminação nas escolas;
·
Contra o desvio de
função nas escolas.
[1]
Disponível em: <
https://brasil.elpais.com/sociedade/2020-06-17/colocar-20-criancas-numa-sala-de-aula-implica-em-808-contatos-cruzados-em-dois-dias-alerta-universidade.html
>. Acesso em: 5 fev 2021.
Economia capitalista X Vida
humana
Esse
é o dilema que está colocado à sociedade, no primeiro caso, imposto pelos
detentores do poder.
Os
trabalhadores da educação aprovaram a realização de uma greve sanitária a
partir de 08/02/2021. A aprovação de um plano de lutas é uma necessidade para a
defesa da própria vida de trabalhadores, estudantes e suas famílias.
Note!
O poder não se restringe aos ocupantes de cargos públicos nos governos federal,
estaduais, municipais, ou ainda, aos poderes legislativo ou judiciário. O poder,
com menos notoriedade é exercido o tempo todo por aqueles que detêm a
capacidade de impor seus interesses pelos mecanismos de persuasão econômica,
sendo exercido pelo capitalismo nacional e internacional e seus representantes
diretos, governantes nas esferas públicas federal, estadual, municipal e demais
poderes. É essa vontade que tem sido imposta neste momento na discussão que obriga
o retorno às aulas nas escolas públicas e privadas. Portanto, fora Bolsonaro e Mourão!
Os
argumentos para forçar esse interesse têm sido outros, como por exemplo, dizer
que a saúde psicológica das crianças tem sido prejudicada pelo isolamento
social; ou que o retorno às aulas é totalmente seguro e cumpre todas as
cautelas de segurança.
A
Espanha cogitou o retorno às atividades presenciais em setembro de 2020,
conforme anúncio da Ministra da Educação espanhola, Isabel Celaá, que
considerava desnecessário, inclusive, o uso de máscaras ou o distanciamento
físico para os primeiros 4 anos do ensino fundamental, sob o pretexto de que
“...são grupos assimiláveis como famílias ou que mantém convivência”.
Porém,
cálculos realizados por matemáticos da Universidade de Granada (UGR),
contrapõem a ideia de que um pequeno grupo familiar não representa um risco,
conforme segue:
Supondo uma família espanhola média, composta por
dois adultos e 1,5 filhos menores ―dado usado nas operações matemáticas,
assumindo que há 10 alunos com um irmão na sala de aula e outros 10 são filhos
únicos―, no primeiro dia de aula cada aluno será exposto a 74 pessoas. Isso
ocorrerá exclusivamente se não houver contato com alguém fora da sala de aula e
da casa da família.
"No segundo dia", explica Alberto Aragón,
coordenador do projeto, "a interação chegaria a 808 pessoas, considerando
exclusivamente as relações sem distanciamento nem máscara da própria classe e
as das classes de irmãos e irmãs". A projeção em papel excede 15.000 contatos
em três dias.[1]
Alguns
exemplos de experiências de outros países devem ser observados e servir de
referência. No Caso Espanhol, o exemplo deve ser rechaçado.
No
Brasil, o plano de retorno nefasto é reforçado pelo artifício de atrair as
crianças para a escola para se alimentar com a merenda das cozinhas escolares.
Esse
intento vindo das classes dominantes tem como objetivo dinamizar a economia,
especialmente, para favorecer os pequenos empresários que têm maior dificuldade
de arcar com os custos mensais, alugueres, salários, tributos etc. É justamente
essa pequena burguesia que tem feito muito barulho e causado muito embaraço
para a implantação de regras de distanciamento social e restrição de circulação
de pessoas, conforme orientações da OMS, uma vez que a vacinação no Brasil está
bastante atrasada, em razão da própria política negacionista implementada principalmente
pelo governo Bolsonaro.
Todavia,
neste momento, vemos que a política negacionista é corroborada pela imposição
de retorno às aulas. Retorno implementado pela maioria dos governadores e
prefeitos, que defendem ou se rendem às pressões empresariais, que colocam a
vida dos negócios acima da preservação da vida humana e colocam na linha de frente dessa guerra, as crianças das famílias dos trabalhadores e trabalhadoras,
empregados ou não; e que compõem a imensa maioria da sociedade brasileira.
Como
bucha de canhão, são as nossas crianças que são utilizadas agora, para
reaquecer a economia combalida para retomar a normalidade e a prosperidade
prometida pelo governo Bolsonaro e demais governantes. Lembremos: para os
bancos e grandes empresas a economia vai muito bem.
Não
há compromisso com a vida das crianças ou com a vida dos trabalhadores da
educação, ou qualquer outro setor que seja. Como uma meta a ser atingida, há a
conjunção de esforços por parte da maioria dos políticos para que esse retorno
das atividades nas escolas se efetive. O Retorno das aulas presenciais, mesmo
sem a garantia da população vacinada, representa a transposição de uma etapa
para que as demais sejam ultrapassadas e cumpridas, no plano de reabertura da
própria economia capitalista.
A
propaganda capitalista tem se utilizado de muita contrainformação, a exemplo da
companha eleitoral que elegeu Bolsonaro. Por isso os governos têm enfatizado
que a escola é segura, como se a escola fosse cercada por uma aura celestial
que impedisse que o cononavírus e seus variantes penetrassem na unidade
escolar.
Já
na semana que antecedeu o retorno presencial das aulas publicas, por ocasião da
convocação para comparecimento obrigatório para o planejamento escolar, também
do calendário antecipado de aulas para as escolas particulares, vimos a
ocorrência dos primeiros e já numerosos casos confirmados de contração do
coronavírus, com respectivo afastamento de profissionais, alunos e suspensão
das aulas, em alguns casos.
A
propaganda nefasta e de alto risco realizada pelos governos, instituições e
setores interessados na reabertura presencial das escolas, tem sido divulgada
de todas as formas para convencer e atrair a população de que há uma segurança,
que não existe, chegando a propagar que “crianças são assintomáticas”,
induzindo a entender que elas não comportam risco, nem para elas e nem para
aqueles que elas têm contato.
Os
governantes tanto na cidade de São Paulo, quanto no Estado de São Paulo
distorcem os resultados de estudos produzidos pela Universidade de São Paulo,
produzindo conclusões contrárias às evidências desse estudo e que recomenda que
a população permaneça em isolamento social, pelo menos enquanto não for
vacinada.
Esse
estudo da USP, diz que 66% das crianças são assintomáticas, portanto, 34% das
crianças são sintomáticas e correm o risco direto dos efeitos da COVID-19 e
suas variantes. Das 66% das crianças assintomáticas que contraíram o vírus, em
média, 25% tiveram grande perda de anticorpos, o que indicaria que uma
reinfecção traria um potencial de risco bastante elevado para essas crianças.
Por
tudo que é revelado, concluímos que a política que retorno presencial às aulas
nas escolas, não é apenas irresponsável. É uma politica genocida, que é
compartilhada por toda essa classe social que impõe o seu interesse econômico
acima dos valores de preservação da integridade física e da vida humana.
Não
é apenas Bolsonaro que representa esse interesse. No estado de São Paulo, temos
visto o empenho dos secretários da educação com o aval de seus chefes
executivos.
É
hora de acordar.
O PSTU
apoia o Programa e as Campanhas de lutas aprovadas na plenária do Reviravolta
na Educação, em 04/02/2021:
· Aulas presenciais só com vacina e controle da pandemia;
· Construir a Greve Sanitária da Educação;
· Nenhuma ilusão na justiça nem no governo;
· Campanha imediata nas escolas e com carro de som;
· Panfleto do Reviravolta para a comunidade e professores;
· Buscar espaço nas rádios;
· Nova assembleia sexta 12 ou 19/02 (avaliar com demais propostas);
· Fechar imediatamente as escolas com COVID;
· Vacina para todos/também a comunidade escolar (a partir de 16);
· Quebra das patentes das vacinas;
· Auxílio emergencial (inclusive para os professores temporários);
· Proteção às crianças e mulheres em casos de violência doméstica;
· Apoio psicológico aos alunos e professores;
· Internet para todos;
· Volta do auxílio merenda (para Todos os estudantes);
· FORA BOLSONARO E MOURÃO;
· Denúncia de que faltam funcionários nas escolas e as condições de
trabalho;
· Denunciar que Rossieli (secretário estadual da educação de São Paulo)
mente quando diz que escola é segura;
· Vídeos contra o retorno presencial;
· Denuncia dos casos de contaminação nas escolas;
·
Contra o desvio de
função nas escolas.
[1]
Disponível em: <
https://brasil.elpais.com/sociedade/2020-06-17/colocar-20-criancas-numa-sala-de-aula-implica-em-808-contatos-cruzados-em-dois-dias-alerta-universidade.html
>. Acesso em: 5 fev 2021.
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